Produtos finais de glicação avançada na dieta, ésteres de 2-monocloropropano-1,3-diol e ésteres de 3-monocloropropano-1,2-diol e ésteres de glicidila em fórmulas infantis: ocorrência, efeitos de formulação e processamento, estratégias de mitigação.


A fórmula infantil contém contaminantes de processamento térmico, como produtos finais de glicação avançada (dAGEs), ésteres glicidílicos (GEs), ésteres 2-monocloropropano-1,3-diol e ésteres 3-monocloropropano-1,2-diol (MCPDEs).

Esta revisão sistemática teve como objetivo obter insights sobre a ocorrência desses contaminantes em diferentes tipos de fórmulas infantis, para compreender os efeitos potenciais da formulação e processamento de fórmulas infantis sobre esses contaminantes, bem como em possíveis estratégias de mitigação.

A ocorrência de dAGEs na fórmula infantil depende das receitas e das condições de processamento. As formulações de proteínas hidrolisadas promovem a formação de dAGEs na fórmula infantil, uma vez que os peptídeos são mais propensos à glicação do que as proteínas intactas, o que se reflete na alta concentração de dAGEs na fórmula infantil hipoalergênica.

Diferentes carboidratos nas receitas resultam em diferentes extensões de glicação das fórmulas infantis: fórmulas contendo maltodextrina continham menos DAGEs do que aquelas com lactose. Com relação às estratégias de mitigação, a aplicação de tratamento de ultra-alta temperatura (UHT) durante o processamento do leite leva a menos formação de dAGEs do que a esterilização em garrafa.

Embora os dados sejam limitados, as evidências mostram que o encapsulamento de ingredientes crus ou o uso de antioxidantes ou enzimas em receitas é promissor. A ocorrência de MCPDEs e GEs em fórmulas infantis depende totalmente dos óleos vegetais usados ​​na receita. Altos níveis desses contaminantes podem ser encontrados quando quantidades relativamente altas de óleos de palma ou gorduras são usadas.

A mitigação de MCPDEs e GEs deve, portanto, ser realizada em gorduras e óleos antes de sua aplicação em fórmulas infantis. As lacunas de dados e conhecimento identificadas nesta revisão podem ser úteis para orientar estudos futuros.

"Em conclusão, as condições de processamento e as receitas desempenham um papel crucial na formação de dAGEs na fórmula infantil. A proteína hidrolisada é mais propensa à glicação em comparação com a proteína intacta. Ao substituir parcial ou totalmente a lactose por maltodextrina na receita, ou usar o tratamento UHT como uma técnica alternativa para esterilização em mamadeira, o grau de glicação na fórmula infantil diminuirá. A encapsulação de ácido ascórbico na receita e a adição de compostos fenólicos ou enzimas (por exemplo, β-galactosidases, frutosamina oxidase) na receita são medidas novas e promissoras para a mitigação da ocorrência de dAGEs em fórmulas infantis. A ocorrência de MCPDEs e GEs nas fórmulas infantis tem origem nos óleos vegetais usados ​​na receita e não são afetados pelo processamento das fórmulas infantis. Portanto, a limitação da ocorrência desses compostos nas fórmulas infantis depende totalmente do tipo e da concentração dos óleos vegetais adicionados à receita e da ocorrência de MCPDEs e GEs já presentes nesses óleos. Há uma tendência de promover o uso de gordura láctea na receita de fórmulas infantis em vez de óleos vegetais como fontes de gordura e isso certamente eliminaria o risco da presença de MCPDEs e GEs."

Fonte: https://bit.ly/3vlYM6u

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