Evidências para a hipótese de alavancagem proteica em crianças pré-escolares propensas à obesidade

A hipótese de alavancagem proteica (HAP) propôs que a regulação estrita da ingestão de proteínas leva ao consumo excessivo de energia e à obesidade quando as dietas são diluídas em gordura e/ou carboidratos. Evidências sobre a HAP foram encontradas em adultos, enquanto os estudos em crianças são limitados. Assim, o objetivo foi testar o HAP avaliando o papel da proteína dietética nos macronutrientes, na ingestão energética e no risco de obesidade, utilizando dados de crianças pré-escolares acompanhadas por 1,3 anos.

Métodos: Foram incluídas 553 crianças em idade pré-escolar com idades entre os 2 e os 6 anos do projeto ‘Healthy Start’. Exposições: A proporção de ingestão de energia proveniente de proteínas, gorduras e carboidratos coletada de um registro alimentar de 4 dias. Desfechos: consumo de energia, escore z de IMC, % de massa gorda (MG), cintura (RCEst) e relação altura-quadril (RCE). A análise da função de potência foi utilizada para testar a influência da proteína na ingestão de energia. Modelos de mistura foram utilizados para explorar associações interativas da composição de macronutrientes em todos esses resultados, com resultados visualizados como superfícies de resposta na geometria nutricional.

Resultados: A evidência para HAP foi confirmada em crianças pré-escolares. A distribuição da ingestão de proteínas (% de MJ, IQR: 3,2) variou substancialmente menos do que a ingestão de carboidratos (IQR: 5,7) ou gordura (IQR: 6,3), sugerindo que a ingestão de proteínas é mais rigorosamente regulada. A ingestão de energia absoluta variou inversamente com a porcentagem de energia proveniente de proteína na dieta (L = −0,14, IC 95%: −0,25, −0,04). Em comparação com crianças com alta ingestão de gordura ou carboidratos, as crianças com alta ingestão de proteínas na dieta (> 20% de MJ) tiveram uma diminuição maior na RCE e na RCE ao longo do acompanhamento de 1,3 anos, oferecendo evidências para a HAP em análise prospectiva. Mas nenhuma associação foi observada entre a distribuição de macronutrientes e alterações no escore z do IMC ou FM%.

Conclusões: Neste estudo em crianças pré-escolares, a ingestão de proteínas foi o macronutriente mais regulado, e a ingestão de energia foi uma função inversa da concentração de proteínas na dieta, indicando a evidência da alavancagem proteica. Os aumentos na RCE e na RCE foram associados principalmente à diluição da proteína dietética, apoiando a HAP. Estas descobertas destacam a importância da proteína na dieta das crianças, o que parece ter implicações significativas no risco de obesidade infantil e na saúde geral.

Fonte: https://bit.ly/3S0YJue

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