Estatinas e risco de diabetes tipo 2: mecanismo e implicações clínicas


As estatinas são amplamente utilizadas para prevenir eventos de doenças cardiovasculares. As doenças cardiovasculares e o diabetes tipo 2 estão intimamente ligados, uma vez que o diabetes tipo 2 é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. Além disso, as doenças cardiovasculares geralmente precedem o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Estas duas doenças têm antecedentes genéticos e ambientais comuns. As estatinas são eficazes na redução de eventos de doenças cardiovasculares. No entanto, também apresentam efeitos secundários importantes, incluindo um risco aumentado de diabetes tipo 2. O primeiro estudo que relatou uma associação do tratamento com estatinas com o risco de diabetes tipo 2 foi o ensaio WOSCOPS (West of Scotland Coronary Prevention Study) em 2001. Outros estudos primários e secundários de prevenção de doenças cardiovasculares, bem como estudos de base populacional, confirmaram os resultados originais. O objetivo dessa revisão é examinar e resumir os resultados mais importantes destes estudos, bem como descrever os mecanismos pelos quais as estatinas aumentam o risco de diabetes tipo 2.

Metanálises de ensaios clínicos com estatinas para reduzir eventos cardiovasculares relataram um aumento no risco de diabetes em 9-12%, enquanto em grandes estudos populacionais o risco foi substancialmente maior. Numa meta-análise de 15 estudos observacionais, o risco de incidente DM2 foi de 55%. Em quatro estudos individuais, o risco de incidente DM2 foi de 36-48%, e no estudo dos Veteranos dos EUA 21-22% para estatinas de potência baixa e mediana (pravastatina, fluvastatina) e 34% para estatinas de alta potência (sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina). Os ensaios clínicos de tratamento com estatinas subestimaram significativamente os efeitos das estatinas no risco de DM2. Além disso, o diagnóstico de DM2 não foi realizado de acordo com os critérios internacionalmente aceitos, levando à subestimação do incidente de DM2. Nos ensaios clínicos, o risco de DT2 tem sido bastante semelhante entre as diferentes estatinas, mas nos estudos populacionais a potência das estatinas tem sido um fator significativo que aumenta o risco de DT2.

Fonte: https://bit.ly/3LT5DxL

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