Estratégias nutricionais para o manejo da deficiência de ferro em adolescentes: abordagens para um problema desafiador, mas comum


A deficiência de ferro (DF) é um problema comum e desafiador na adolescência. Para prevenir, reconhecer e tratar a DF nesta faixa etária, é fundamental compreender a ingestão diária recomendada de ferro em relação à atividade, aos hábitos alimentares e às perdas basais de ferro do adolescente. Adolescentes que seguem dietas vegetarianas ou veganas dependem exclusivamente de ferro não-heme à base de plantas, que tem biodisponibilidade diminuída em comparação com o ferro heme e requer aumento da ingestão total de ferro. Indivíduos com hábitos alimentares desordenados, perda excessiva de sangue menstrual e certas condições crônicas de saúde (incluindo doença inflamatória intestinal e insuficiência cardíaca) correm alto risco de DF e de desenvolvimento de anemia sintomática por deficiência de ferro (ADF). Atletas adolescentes e aqueles com distúrbios do sono e do movimento também podem ser mais sensíveis a alterações no nível de ferro. A deficiência de ferro é normalmente tratada com suplementação oral de ferro. Para maximizar a absorção de ferro, o ferro oral não deve ser administrado mais do que uma vez ao dia, de preferência pela manhã, evitando alimentos e bebidas que inibam a absorção de ferro. A terapia oral com ferro deve ser fornecida por pelo menos três meses no cenário de DF para atingir uma ferritina de 20 ng/mL antes da descontinuação. O ferro intravenoso está sendo cada vez mais utilizado nesta população e tem demonstrado eficácia e segurança em adolescentes. Deve ser considerado naqueles com DF persistente apesar de um ciclo de ferro oral, no contexto de ADF grave e/ou sintomática e em condições inflamatórias crônicas caracterizadas por diminuição da absorção gastrointestinal de ferro.

Os adolescentes têm necessidades fisiológicas únicas que os predispõem ao risco de ADF. Dieta pobre em ferro relacionada a hábitos alimentares comuns, mas inadequados em adolescentes, altas taxas de distúrbios alimentares, bem como outros fatores de risco, como crescimento rápido e perda de sangue menstrual, são particularmente importantes a serem considerados. O aconselhamento dietético que garanta fontes adequadas de ferro biodisponível, que sejam consistentes com a prática alimentar preferida do adolescente (ou seja, não vegetariano, vegetariano ou vegano), é fundamental para manter o equilíbrio normal de ferro. Nos adolescentes com deficiência de ferro, recomenda-se a suplementação oral de ferro. O sulfato ferroso tomado uma vez ao dia ou em dias alternados pela manhã com água ou suco de laranja (sem alimentos) otimizará a absorção. Para adolescentes com fatores de risco adicionais e/ou condições médicas que complicam a absorção de ferro, a terapia intravenosa com ferro pode ser considerada e é apoiada por dados de eficácia e segurança aumentados na última década.

Fonte: https://bit.ly/3VLMkMK

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