A associação entre perda dentária e resistência à insulina mediada pela qualidade da dieta e índice imunoinflamatório sistêmico

Tanto a perda dentária como a diabetes têm elevada prevalência global e ambas têm uma influência significativa na saúde geral e na qualidade de vida dos pacientes. Pesquisas anteriores indicaram uma possível ligação entre a perda dentária e a diabetes, mas não está claro se a perda dentária tem um efeito no desenvolvimento da diabetes e como a afeta. O objetivo é investigar a relação entre resistência à insulina (RI) e perda dentária e examinar como o nível do índice de inflamação imunológica sistêmica (SII) e a qualidade da dieta a medeiam. (2)

Métodos: Os dados do estudo transversal foram obtidos da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES). Após descrever e comparar os dados iniciais, utilizaram modelos de regressão para avaliar a relação entre RI e perda dentária, qualidade da dieta e perda dentária e RI, SII e perda dentária e RI. Além disso, aplicaram bootstrapping para testar o efeito mediador da qualidade da dieta e do SII entre a perda dentária e a RI. A qualidade da dieta é refletida pela pontuação HEI (Índice de Alimentação Saudável)-2015. (3)

Resultados: O número total de indivíduos incluídos foi 8.197, sendo 3.861 indivíduos pertencentes ao grupo IR (HOMA-IR ≥ 2,5) e 4.336 indivíduos ao grupo não IR (HOMA-IR < 2,5). No modelo com todas as covariáveis ​​ajustadas, a perda dentária no quarto quartil foi positivamente correlacionada com um aumento no HOMA-IR (OR = 1,301; intervalo de confiança (IC) de 95% = [1,102, 1,537]; p < 0,001) comparado ao primeiro quartil; a perda dentária no quarto quartil correlacionou-se com a pontuação do HEI-2015 em comparação com o primeiro quantil (β = −0,121, IC 95% = [−4,839, −2,974], p < 0,001); e descobriu-se que o maior número de perdas dentárias teve um efeito significativo no SII (β = 0,032; IC 95% = [1,777; 47,448]; p < 0,05). Em comparação com a qualidade média da dieta, a melhor qualidade da dieta atua como uma salvaguarda contra níveis elevados de HOMA-IR (OR = 0,776; IC 95% = [0,641; 0,939]; p < 0,01); a qualidade inadequada da dieta é um fator de risco (OR = 1,267; IC95% = [1,138; 1,411]; p < 0,001), inversamente. Entretanto, verifica-se que, em comparação com o primeiro quantil do SII, a pontuação mais elevada está significativamente correlacionada com a maior incidência de RI (OR = 1,363; IC95% = [1,179; 1,575]; p < 0,001). A qualidade da dieta e o SII desempenharam um papel mediador parcial na relação entre o HOMA-IR e a perda dentária, e a razão do efeito mediador para o valor do efeito total foi de 4,731% e 4,576%, respectivamente. O efeito mediador do SII e da qualidade da dieta na associação da relação entre HOMA-IR e perda dentária foi de 0,003 (IC 95% = [0,001, 0,004]). (4)

Conclusões: O estudo revelou a relação entre RI e perda dentária, e explorou ainda mais o papel mediador do SII e da qualidade da dieta entre o número de dentes perdidos e a RI, enfatizando que melhorar a qualidade da dieta e reduzir o SII pode efetivamente prevenir e tratar a RI e doenças relacionadas. Fornece novo suporte teórico para o estudo dos mecanismos de RI e novas ideias e abordagens para lidar com doenças relacionadas.

Fonte: https://bit.ly/47L6qKd