Nunca é muito cedo para começar hábitos alimentares saudáveis.


NOVO ENSAIO RANDOMIZADO MOSTRA QUE A PROMOÇÃO DE DIRETRIZES SAUDÁVEIS ​​RESULTA EM MENOR CONSUMO DE GORDURAS E CARBOIDRATOS ANOS DEPOIS

Pesquisadores da Escola Mailman de Saúde Pública da Universidade de Columbia e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Brasil, descobriram que quando os profissionais de saúde eram treinados para promover práticas saudáveis ​​de alimentação infantil para mulheres grávidas, seus filhos consumiam menos gorduras e carboidratos aos 3 anos de idade e já tinha medidas menores de gordura corporal aos 6 anos de idade. O estudo é o primeiro a mostrar que as raízes da obesidade começam no primeiro ano de vida, depois que as mães param de amamentar. As descobertas foram publicadas online no Journal of Human Nutrition and Dietetics.

“O primeiro ano após o nascimento é uma janela crítica para o estabelecimento de hábitos que influenciarão os padrões de saúde ao longo da vida, disse Caroline N. Sangalli, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Brasil. e primeiro autor. “A mensagem mundial é que, para evitar a obesidade mais tarde na vida, você não pode começar muito cedo para ajudar as mães a alimentar bem seus filhos. E este estudo é a prova do princípio de que é possível mudar o comportamento de uma mãe.”

“O mais surpreendente foi que as mães em nosso ensaio randomizado ofereceram alimentos ultraprocessados, com alto teor de açúcar e gordura, desde os 6 meses de idade”, disse Márcia Vitolo, do Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Brasil, e coautora sênior. “Esse comportamento pode ser explicado por influências culturais e forte marketing de alimentos processados ​​para bebês, que continua globalmente.”

Os pesquisadores conduziram o estudo randomizado em Porto Alegre, Brasil, em 31 centros que oferecem serviços de pré-natal, bebês e outros serviços de atenção primária a famílias de baixa renda. A intervenção foi baseada em nascimentos de maio de 2008 a fevereiro de 2009 e consistiu em um programa de treinamento para aumentar o conhecimento dos trabalhadores da atenção básica centrado nos 'Dez Passos para uma Alimentação Saudável para Crianças Brasileiras do Nascimento aos Dois Anos', a dieta brasileira diretriz.

Todas as famílias foram informadas sobre os alimentos complementares que não deveriam ser oferecidos a crianças menores de 2 anos (ou seja, biscoitos, salgadinhos, refrigerantes e doces) por meio de cartazes em salas de espera. Entrevistadores treinados mediram o crescimento das crianças e outros resultados aos 6 meses, 12 meses, 3 anos e 6 anos em visitas domiciliares subsequentes. Detalhes sobre os tipos de alimentos, quantidades e métodos de preparo também foram registrados.

A ingestão de energia em todas as idades foi menor no grupo de intervenção em comparação com o grupo de controle com uma diferença estatisticamente significativa na idade de 3 anos. Além disso, as crianças do grupo de intervenção aos 3 anos de idade tiveram menor consumo de carboidratos e gordura total do que o grupo controle e aos 6 anos de idade acumularam menos gordura corporal medida por uma circunferência da cintura menor e dobras cutâneas mais finas. “Descobrimos que a ingestão de energia em ambos os grupos de estudo estava acima do requisito em todas as ondas de idade; no entanto, o excesso de ingestão de energia foi menor no grupo de intervenção”, observou Sangalli, que analisou os resultados do estudo com o Dr. LH Lumeyna Columbia Mailman School com bolsa do governo do Brasil. “Embora a disparidade tenha sido pequena no início, a longo prazo, a ingestão reduzida de 92 kcal por dia soma 33.000 kcal por ano, e mudanças dessa magnitude poderiam explicar as mudanças no ganho de peso durante a infância.”

As descobertas foram particularmente impressionantes no que diz respeito às calorias de biscoitos e chocolate em pó, importantes fontes de carboidratos e gorduras. Durante a capacitação dos profissionais de saúde, açúcar, doces, refrigerantes, salgadinhos, biscoitos e alimentos ultraprocessados ​​foram enfatizados como alimentos a serem evitados pelas mães para seus bebês até os 2 anos de idade.

O grupo de intervenção aos 6 anos de idade apresentou menor gordura corporal em várias medidas, mas essa diferença não se refletiu nos escores de IMC, uma medida menos sensível da adiposidade. “No entanto, com a prevalência de excesso de peso no grupo de intervenção 7 por cento menor do que no grupo de controle aos 6 anos, isso sugere um impacto valioso na saúde pública - especialmente porque as estimativas indicam que a redução em 1 por cento da prevalência de obesidade entre crianças até a idade 6 anos economizariam US $ 1,7 bilhão em custos médicos”, disse Vitolo.

"Muitas pessoas, incluindo Alice Waters, Jamie Oliver e Michelle Obama, têm se dedicado a melhorar a merenda escolar e os hábitos alimentares de crianças em idade escolar para ajudar na luta contra a obesidade", disse Lumey, professor de Epidemiologiae um coautor sênior. “Todos esses esforços devem ser aplaudidos e incentivados. O que este estudo sugere é que talvez tenhamos que pensar ainda mais cedo. As práticas alimentares no início da vida já podem ter um impacto significativo no tamanho corporal de crianças em idade pré-escolar.”

Os Coautores são Paula Leffa e Júlia Valmórbida, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Brasil.

O estudo foi financiado pelo Ministério da Saúde do Brasil, 577/200; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, PPSUS / 2006 / 1537-7; Conselho Nacional Brasileiro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, 14 / 2013-47731 / 2013-8, e o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, R01AG066887.

Fonte: https://bit.ly/3dl7vOC

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