Vício em açúcar: levando a analogia droga-açúcar ao limite.

Objetivo da revisão: Revisar pesquisas que testam a validade da analogia entre drogas viciantes, como cocaína, e alimentos hiperpalatáveis, notadamente aqueles ricos em açúcar adicionado (ou seja, sacarose).

Descobertas: Evidências disponíveis em humanos mostram que o açúcar e a doçura podem induzir recompensas e desejos que são comparáveis ​​em magnitude aos induzidos por drogas viciantes. Embora essa evidência seja limitada pela dificuldade inerente de comparar diferentes tipos de recompensas e experiências psicológicas em humanos, ela é apoiada por pesquisas experimentais recentes sobre açúcar e recompensa doce em ratos de laboratório. No geral, esta pesquisa revelou que o açúcar e a recompensa doce podem não apenas substituir drogas viciantes, como a cocaína, mas podem até ser mais gratificantes e atraentes. No nível neurobiológico, os substratos neurais do açúcar e a recompensa doce parecem ser mais robustas do que as da cocaína (ou seja, mais resistentes a falhas funcionais), possivelmente refletindo pressões evolutivas seletivas passadas para buscar e ingerir alimentos ricos em açúcar e calorias.

Resumo: A robustez biológica nos substratos neurais de açúcar e recompensa doce pode ser suficiente para explicar por que muitas pessoas podem ter dificuldade em controlar o consumo de alimentos ricos em açúcar quando continuamente expostas a eles.

A extrema intensidade de recompensa e desejo produzidos por drogas viciantes, como a cocaína, explica em grande parte, juntamente com seus efeitos tóxicos, por que essas drogas tendem a ser universalmente proibidas. O perigo a ser evitado pela proibição é que a recompensa das drogas afastará as pessoas de atividades e ocupações de vida mais socialmente valorizadas, saudáveis ​​e produtivas. A maioria dos critérios diagnósticos médicos atuais de transtornos de dependência de drogas refletem essa mudança prejudicial na preferência e prioridade comportamental. Conforme revisto aqui, agora há fortes evidências que apoiam a noção de que alimentos hiperpalatáveis, principalmente aqueles ricos em açúcar adicionado, podem induzir recompensa e desejo que são pelo menos comparáveis ​​a drogas viciantes. Embora mais pesquisas em humanos sejam claramente necessárias para confirmar essa conclusão, agora há evidências sólidas em animais não humanos mostrando que o açúcar e a recompensa doce podem ser ainda mais gratificantes e atraentes do que drogas viciantes, provavelmente devido a um substrato neural robusto subjacente. Essa robustez biológica pode ser suficiente para explicar por que as pessoas podem ter dificuldade em controlar o consumo de alimentos ricos em açúcar quando expostos continuamente a eles.

Fonte: https://bit.ly/3yy7amw

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