Nefropatia por oxalato e suplementação crônica de cúrcuma: relato de caso


Relataram o caso de um homem de 69 anos que se apresentou para exame de rotina e descobriu-se incidentalmente que ele tinha insuficiência renal, com histórico inicialmente não revelador e sedimento urinário brando. Ele foi diagnosticado com nefropatia por oxalato no contexto de suplementação crônica de cúrcuma e antibioticoterapia crônica com diarreia associada. Esso caso fornece diversas sugestões importantes sobre nefropatia por oxalato. Primeiro, o diagnóstico requer elevado índice de suspeita clínica. A suspeita clínica é incomum, a menos que haja evidência óbvia no histórico, como bypass gástrico em Y de Roux ou envenenamento por etilenoglicol. O diagnóstico pode ser confirmado por achados histopatológicos e corroborado por níveis séricos de oxalato e excreção urinária de 24 horas. Segundo, o diagnóstico pode passar despercebido pelo patologista devido às características dos cristais, a menos que o patologista renal estabeleça como regra examinar rotineiramente todas as seções coradas com H&E sob luz polarizada. Isso deve ser feito com H&E, pois, outras colorações dissolvem os cristais. Em terceiro lugar, um cristal de oxalato em biópsia por agulha de rotina é considerado patológico, contribuindo potencialmente para LRA ou para DRC de maneira significativa. Em quarto lugar, a oxalose secundária pode ser amplamente mitigada ou prevenida em muitos casos, especialmente casos iatrogênicos. Isso pode ser feito pelo cirurgião ou pelo gastroenterologista, fornecendo instruções adequadas aos pacientes sobre uma dieta restrita em oxalato ou outras medidas dietéticas específicas. Por fim, esse caso destaca o sucesso que resulta da cooperação e comunicação entre o patologista e o médico assistente.


Em resumo, esse caso lembra-nos a importância de ter um elevado índice de suspeita de nefropatia por oxalato, a importância da comunicação com o #patologista para descobrir um diagnóstico, os riscos potencialmente graves dos suplementos de venda livre de rotina e a necessidade de mais testes em humanos sobre suplementação de cúrcuma para avaliar riscos clínicos versus benefícios.

Fonte: https://bit.ly/3O5X6IN

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