Uma nova evidência científica publicada em 2025 reforça um ponto frequentemente discutido, mas nem sempre bem compreendido: a superioridade metabólica das proteínas de origem animal em comparação às vegetais. O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Ciências Médicas de Mashhad, no Irã, investigou como diferentes fontes proteicas impactam o metabolismo energético após as refeições — uma fase crítica para o equilíbrio energético e a regulação do peso corporal.
O trabalho teve como foco homens adultos com sobrepeso e obesidade, grupo populacional especialmente sensível às alterações no metabolismo pós-refeição. Utilizando uma abordagem metodológica robusta — um ensaio clínico randomizado cruzado —, os pesquisadores avaliaram o impacto de refeições ricas em proteína animal (frango, ovo e iogurte) versus proteína vegetal (proteína de soja texturizada) sobre o gasto energético e a oxidação de nutrientes.
Maior gasto energético com proteína animal
Entre os achados mais relevantes está o aumento mais expressivo no gasto energético em repouso (REE) após a ingestão de proteína animal. O REE subiu 14,2% em relação ao jejum, contra apenas 9,55% no grupo da proteína vegetal. Esse incremento foi observado logo na primeira hora após a refeição, evidenciando uma resposta metabólica mais rápida e intensa. Esse fenômeno também foi refletido no efeito térmico dos alimentos (TEF), que corresponde ao custo energético de digerir, absorver e metabolizar os nutrientes — sendo claramente mais elevado no grupo que consumiu proteína animal.
Essa diferença no custo metabólico pode ser explicada pela qualidade superior da proteína animal. Ela possui todos os aminoácidos essenciais em proporções ideais, o que facilita e estimula a síntese proteica corporal. O corpo reconhece essa composição como mais eficiente, e com isso há maior atividade metabólica no processo de digestão e utilização desses aminoácidos.
Oxidação mais eficiente dos nutrientes
Outro ponto forte da proteína animal foi sua capacidade de modular a oxidação de nutrientes de maneira mais dinâmica. Após sua ingestão, houve:
- Um aumento gradual e sustentado na oxidação de carboidratos, que atingiu o pico aos 180 minutos e depois caiu bruscamente, sinalizando uma utilização eficiente desses substratos como fonte energética.
- Um perfil mais responsivo na oxidação de proteínas, que aumentou rapidamente já aos 60 minutos, demonstrando uma absorção e mobilização mais ágil dos aminoácidos presentes nos alimentos de origem animal.
- Uma oxidação de gordura mais alta no fim da fase pós-prandial em comparação à proteína vegetal, possivelmente ligada à melhor preservação da função metabólica nas horas subsequentes à refeição.
Esses dados indicam que a proteína animal não apenas eleva o gasto calórico de forma mais robusta, mas também contribui para uma maior flexibilidade metabólica, ou seja, a capacidade do corpo de alternar entre diferentes combustíveis energéticos de acordo com a necessidade.
Efeitos superiores na síntese e na retenção muscular
Embora não tenha sido foco direto desta publicação, os autores reforçam, com base em literatura prévia, que o consumo de proteína animal promove melhor retenção de massa magra e força muscular em comparação às fontes vegetais. Isso se dá, novamente, pela composição mais completa de aminoácidos essenciais e pela maior biodisponibilidade. Essas características são fundamentais para quem busca não só emagrecimento, mas também manutenção ou ganho de massa muscular, o que é crucial para a saúde metabólica a longo prazo.
Conclusão
As evidências apontadas por este estudo demonstram que proteínas de origem animal oferecem vantagens claras no aumento do gasto energético e na eficiência metabólica após as refeições, quando comparadas às vegetais. Em um cenário de aumento global da obesidade e de estratégias nutricionais voltadas ao controle de peso e composição corporal, essas descobertas reforçam a importância de considerar a qualidade da proteína na dieta, e não apenas a quantidade.
Para indivíduos com sobrepeso, obesidade ou mesmo para aqueles que buscam melhorar a performance física e metabólica, as proteínas animais se apresentam como uma ferramenta valiosa para otimizar o metabolismo pós-refeição, favorecer a oxidação de nutrientes e aumentar o custo energético da alimentação.