Ingestão materna de carboidratos e resultado da gravidez.


Evidências experimentais indicam que o principal fator ambiental materno que regula o crescimento feto-placentário é a entrega de substrato ao local da placenta, que é o produto dos níveis de substrato materno e a taxa de fluxo sanguíneo no leito placentário. Assim, os fatores maternos que alteram o nível de substrato ou o fluxo alteram a taxa de crescimento feto-placentário. O substrato mais bem estudado na gravidez humana é a glicose, e existe uma relação direta entre os níveis de glicose no sangue materno e o tamanho no nascimento. A alteração do tipo de carboidrato ingerido (fontes de alto e baixo índice glicêmico) altera as respostas pós-prandiais de glicose e insulina em mulheres grávidas e não grávidas, e uma mudança consistente no tipo de carboidrato ingerido durante a gravidez influencia tanto a taxa de feto crescimento placentário e ganho de peso materno. Comer principalmente carboidratos de alto índice glicêmico resulta em supercrescimento feto-placentário e ganho excessivo de peso materno, enquanto a ingestão de carboidratos de baixo índice glicêmico produz bebês com peso ao nascer entre o percentil 25 e 50 e ganho de peso materno normal. A diferença calculada na retenção de energia com consumos totais de energia semelhantes é da ordem de 80 000 kJ. Informações preliminares de estudos metabólicos subsequentes indicam que os mecanismos envolvidos incluem mudanças em: necessidades diárias de energia digestível (ou seja, eficiência metabólica), utilização de substrato (oxidação da glicose x oxidação lipídica) e resistência e sensibilidade à insulina. Assim, alterar a fonte de carboidratos da dieta materna pode ser uma ferramenta valiosa no manejo de gestações com risco de crescimento feto-placentário anômalo e na prevenção e/ou tratamento da obesidade e resistência à insulina no estado não gravídico.

Fonte: https://bit.ly/3BooV91

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