Você não está acostumado a comer comida de verdade, e esse é o problema. Comida é combustível, não é um brinquedo emocional. Ela serve para te deixar pronto para viver, não para te embalar num abraço de euforia artificial. Comida não imita o amor, não faz sua cabeça formigar de prazer. Quando isso acontece, não é nutrição — é manipulação química. Seu sistema nervoso não sabe a diferença entre um doce e uma dose. Açúcar, álcool, maconha, cocaína ou metanfetamina: o corpo reage do mesmo jeito.
E então alguém diz que comer só carne é difícil. Difícil? Difícil é largar as drogas. Difícil é encarar o espelho sem as desculpas. Se você sente que não consegue viver sem aquela “comidinha”, talvez não esteja com fome — esteja viciado. Aceitar isso muda tudo. Porque o problema não está na nutrição, está na dependência física e mental. E, ironicamente, quando você entende que é vício, fica mais fácil largar. Comer carne não vai te destruir. O que destrói é o abuso de substâncias — e sim, açúcar e ultraprocessados entram na mesma categoria.
Romper esse ciclo é como silenciar o ruído constante dentro da própria cabeça — aquele debate interno que implora por mais uma dose de prazer. Quando você para de buscar o “sabor que conforta” e passa a buscar o “alimento que sustenta”, algo muda. Você descobre o que é felicidade de verdade: não euforia passageira, mas paz duradoura.
Negar o vício é o maior obstáculo. Seu problema não é o peso, nem a glicose, nem o colesterol. Esses são efeitos colaterais. O vício é a busca incessante por dopamina, estimulada por combinações calculadas de açúcar, gordura e sal. Isso não é comida, é engenharia de dependência. E cada vez que você “só dá uma escapadinha”, você reinicia o inferno das vontades. Toda. Santa. Vez.
Quer uma solução simples e infalível? Pare de acender o centro de prazer com porcarias. Pare de tratar veneno como sobremesa. Coma carne. Beba água. O resto é ilusão com sabor artificial.
*Adaptado de Stephen Visio Ewen
