Explorando o metabolismo de corredores em dietas com pouco carboidrato


O que o estudo investigou

Pesquisadores austríacos acompanharam corredores recreacionais durante 10 semanas de treinos iguais, mas com dietas diferentes:

  1. Dieta Low Carb High Fat (LCHF): pouca quantidade de carboidrato (menos de 50 g/dia) e muita gordura.
  2. Dieta com carboidrato de baixo índice glicêmico (LOW-GI): carboidratos mais “lentos”, como pão integral, maçã, aveia.
  3. Dieta com carboidrato de alto índice glicêmico (HIGH-GI): carboidratos rápidos, como arroz branco, pão branco, banana.

O objetivo foi analisar como o corpo dos atletas se adapta internamente, avaliando metabólitos no sangue (moléculas que mostram quais combustíveis o corpo está utilizando).

Principais descobertas para quem segue low carb

Maior queima de gordura
  • No grupo LCHF houve aumento de carnitina e de corpos cetônicos, sinais de que o corpo passou a usar gordura como principal combustível.
  • Isso mostra que os corredores em dieta low carb realmente se tornam mais eficientes em oxidar gordura.
Menor uso de carboidratos
  • Junto com esse aumento da queima de gordura, o estudo mostrou queda em metabólitos ligados ao uso de carboidratos.
  • Ou seja, em situações em que o corpo precisa de energia rápida (tiros, sprints, provas de intensidade alta), a disponibilidade de glicose pode ser limitada.
Proteção da massa muscular
  • Os corredores em LCHF apresentaram redução de aminoácidos circulantes, mas isso não significou perda muscular.
  • Na prática, o corpo estava poupando proteína e usando gordura e cetonas como energia, o que pode ser positivo para preservar massa magra.

Diferença para dietas ricas em carboidratos
  • Quem seguiu HIGH-GI acumulou mais glicerolipídios, o que indica menor queima de gordura (efeito da insulina alta).
  • Já o LOW-GI mostrou equilíbrio maior, conseguindo usar tanto carboidrato quanto gordura de forma eficiente (mais “flexibilidade metabólica”).

O que isso significa para atletas low carb

  • Se o objetivo é aumentar a resistência em treinos longos e em intensidade moderada, a low carb ajuda muito, pois o corpo passa a queimar gordura de forma eficiente.
  • Porém, em provas que exigem explosão e alta intensidade, pode haver limitação no acesso à energia rápida (glicose).
  • O estudo sugere que a estratégia mais equilibrada pode ser o LOW-GI, mas para atletas que se adaptam bem ao LCHF, há a vantagem de uma energia mais estável, menos quebras e menor necessidade de reposição constante de carboidratos durante longos treinos.

Em resumo: a dieta baixa em carboidratos realmente muda o metabolismo, tornando o corpo uma “máquina de queimar gordura”. Essa adaptação é excelente para provas longas e estáveis, mas pode exigir cuidado em situações de alta intensidade, onde a glicose ainda é essencial.

Fonte: https://doi.org/10.1080/15502783.2025.2536139

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