O que o estudo investigou
Pesquisadores austríacos acompanharam corredores recreacionais durante 10 semanas de treinos iguais, mas com dietas diferentes:
- Dieta Low Carb High Fat (LCHF): pouca quantidade de carboidrato (menos de 50 g/dia) e muita gordura.
- Dieta com carboidrato de baixo índice glicêmico (LOW-GI): carboidratos mais “lentos”, como pão integral, maçã, aveia.
- Dieta com carboidrato de alto índice glicêmico (HIGH-GI): carboidratos rápidos, como arroz branco, pão branco, banana.
O objetivo foi analisar como o corpo dos atletas se adapta internamente, avaliando metabólitos no sangue (moléculas que mostram quais combustíveis o corpo está utilizando).
Principais descobertas para quem segue low carb
Maior queima de gordura- No grupo LCHF houve aumento de carnitina e de corpos cetônicos, sinais de que o corpo passou a usar gordura como principal combustível.
- Isso mostra que os corredores em dieta low carb realmente se tornam mais eficientes em oxidar gordura.
- Junto com esse aumento da queima de gordura, o estudo mostrou queda em metabólitos ligados ao uso de carboidratos.
- Ou seja, em situações em que o corpo precisa de energia rápida (tiros, sprints, provas de intensidade alta), a disponibilidade de glicose pode ser limitada.
- Os corredores em LCHF apresentaram redução de aminoácidos circulantes, mas isso não significou perda muscular.
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Na prática, o corpo estava poupando proteína e usando gordura e cetonas como energia, o que pode ser positivo para preservar massa magra.
- Quem seguiu HIGH-GI acumulou mais glicerolipídios, o que indica menor queima de gordura (efeito da insulina alta).
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Já o LOW-GI mostrou equilíbrio maior, conseguindo usar tanto carboidrato quanto gordura de forma eficiente (mais “flexibilidade metabólica”).
O que isso significa para atletas low carb
- Se o objetivo é aumentar a resistência em treinos longos e em intensidade moderada, a low carb ajuda muito, pois o corpo passa a queimar gordura de forma eficiente.
- Porém, em provas que exigem explosão e alta intensidade, pode haver limitação no acesso à energia rápida (glicose).
- O estudo sugere que a estratégia mais equilibrada pode ser o LOW-GI, mas para atletas que se adaptam bem ao LCHF, há a vantagem de uma energia mais estável, menos quebras e menor necessidade de reposição constante de carboidratos durante longos treinos.
Em resumo: a dieta baixa em carboidratos realmente muda o metabolismo, tornando o corpo uma “máquina de queimar gordura”. Essa adaptação é excelente para provas longas e estáveis, mas pode exigir cuidado em situações de alta intensidade, onde a glicose ainda é essencial.
