As doenças do coração e dos vasos sanguíneos continuam sendo a maior causa de morte no mundo. O excesso de peso, a pressão alta, a glicose elevada no sangue e alterações no colesterol estão entre os principais vilões. Para tentar controlar esses fatores, a ciência vem estudando bastante o jejum intermitente, que nada mais é do que alternar períodos de alimentação com períodos de jejum.
O que é jejum intermitente
Existem várias formas de praticar:
- Dias alternados (ADF): um dia inteiro de jejum, seguido de um dia de alimentação normal.
- Dias alternados modificados (mADF): parecido com o anterior, mas nos dias de jejum é permitido comer um pouco, até 25% das calorias normais.
- Jejum periódico (PF, como a dieta 5:2): dois dias por semana comendo bem pouco (500 a 600 calorias) e cinco dias de forma habitual.
- Restrição de tempo (TRE): comer todas as refeições dentro de uma janela de horas, como 8 horas por dia, e jejuar no restante.
O que os cientistas analisaram
Um grupo de pesquisadores reuniu 56 estudos com quase 4 mil pessoas para comparar esses métodos e ver se realmente ajudam a reduzir os riscos para o coração.
Principais descobertas
- Perda de peso e cintura: o jejum em dias alternados modificado (mADF) foi o mais eficiente para emagrecer e reduzir a barriga.
- Pressão arterial: o mADF também foi o que mais ajudou a baixar a pressão.
- Glicose no sangue: a alimentação com restrição de tempo (TRE) foi a melhor para controlar o açúcar no sangue.
- Colesterol LDL: o jejum periódico (PF) foi o único que reduziu de forma clara o LDL (um dos tipos de colesterol).
- Massa muscular: o TRE e o PF podem levar a uma pequena perda de massa magra (músculos).
O que isso significa
O jejum intermitente pode sim ajudar a melhorar fatores de risco para o coração, mas cada tipo de jejum tem um efeito diferente.
- Quem busca emagrecer e baixar a pressão pode se beneficiar mais do mADF.
- Quem precisa controlar a glicose pode considerar o TRE.
- Para quem quer melhorar o colesterol, o PF parece ser mais promissor.
Mas atenção: os estudos ainda foram de curta duração e em parte com risco de falhas. Ou seja, ainda é cedo para recomendar uma única forma de jejum para todos. O ideal é sempre ter acompanhamento médico ou nutricional.
