Influência dos óleos vegetais no risco de câncer de pele induzido pelo sol


Há décadas, a ciência investiga como os tipos de gordura que consumimos podem influenciar o risco de câncer. Um estudo clássico, publicado em 1992 no Photochemistry and Photobiology, mostrou algo importante: os óleos vegetais ricos em ômega-6, como o óleo de milho, aumentam a chance de câncer de pele causado pela radiação solar (UV).

O que o estudo fez

Pesquisadores alimentaram camundongos com diferentes dietas enquanto eles eram expostos à radiação ultravioleta, simulando o efeito da luz solar. Havia três tipos de dieta:

Baixo óleo de milho (ômega-6 em pequena quantidade).
Alto óleo de milho (rico em ômega-6, principalmente ácido linoleico).
Óleo de peixe menhaden (rico em ômega-3, como o EPA).

O que eles descobriram

  1. Muito óleo de milho (ômega-6) aumentou os tumores: Os animais que consumiram altas quantidades de óleo de milho desenvolveram mais tumores e mais rápido.
  2. Reduzir o óleo de milho diminuiu o risco: Quando os animais trocaram a dieta rica em óleo de milho por uma dieta com pouco óleo, mesmo depois da exposição ao sol, o número de tumores caiu.
  3. O óleo de peixe (ômega-3) protegeu contra tumores: Quem recebeu óleo de peixe teve menos câncer de pele, mostrando que o tipo de gordura faz diferença.

Por que isso importa

O estudo mostrou que o excesso de ômega-6, presente em óleos vegetais como milho, soja e girassol, favorece a progressão do câncer de pele induzido pelo sol. Isso ocorre porque o ômega-6 aumenta substâncias inflamatórias (como prostaglandinas) que estimulam o crescimento tumoral.
Já o ômega-3, encontrado em peixes, compete com essa via e ajuda a reduzir a inflamação e o risco.

Evidência antiga e consistente

É importante destacar que esses achados não são novos. Desde os anos 1980, vários estudos já mostravam que óleos vegetais ricos em ômega-6 não são neutros para a saúde, apesar de muitas vezes serem divulgados como “saudáveis” ou “protetores para o coração”. A evidência científica vem acumulando há mais de 30 anos de que seu consumo em excesso pode aumentar processos inflamatórios e, neste caso, até favorecer o câncer de pele.

Fonte: https://doi.org/10.1111/j.1751-1097.1992.tb02147.x

Postagem Anterior Próxima Postagem
Rating: 5 Postado por: