Este filme acompanha Damon Gameau, um homem adulto que levava uma rotina sem açúcar refinado e se sentia bem assim. Para entender, na prática, o que o açúcar faz com o corpo, ele decide se tornar seu próprio “experimento humano”.
Durante 60 dias, Damon passa a consumir cerca de 40 colheres de chá de açúcar por dia, mas não em refrigerantes ou doces óbvios. O foco são alimentos vendidos como “saudáveis” no supermercado: iogurtes, cereais matinais, barras de cereal, bebidas prontas, molhos e lanches embalados.
Tudo é feito com acompanhamento de médicos e nutricionistas. Exames seriados mostram aumento rápido da gordura no fígado, piora dos triglicerídeos, ganho de peso concentrado na região abdominal e marcadores que apontam maior risco de diabetes tipo 2 e doença cardiovascular.
No dia a dia, ele relata oscilações intensas de humor, quedas de energia algumas horas após as refeições, dificuldade de concentração e uma vontade crescente de comer mais. O filme mostra como o açúcar altera não só exames de sangue, mas também comportamento, motivação e clareza mental.
Os especialistas explicam, de forma acessível, como os picos repetidos de glicose e de insulina, somados ao excesso de frutose, desorganizam o metabolismo. Esses mecanismos ajudam a entender por que tantas pessoas ganham peso, acumulam gordura no fígado e desenvolvem problemas metabólicos mesmo sem perceber que comem “açúcar”.
O documentário amplia o olhar para além da história de Damon. São mostradas comunidades indígenas australianas e regiões pobres dos Estados Unidos, onde o consumo diário de bebidas açucaradas está ligado a cáries graves, perda de dentes, doença renal, obesidade, complicações do diabetes e amputações.
Ao mesmo tempo, o filme expõe a atuação da indústria de alimentos e bebidas, que financia pesquisas favoráveis, faz marketing agressivo e insiste na ideia de que tudo se resume a “calorias” e “falta de exercício”, desviando o foco do impacto real do açúcar em produtos ultraprocessados.
Quando o experimento termina, Damon retira os produtos açucarados, volta a priorizar alimentos minimamente processados, com mais proteínas e gorduras naturais, e seus exames melhoram de forma consistente. Fica a mensagem de que reduzir o açúcar escondido não é modismo, mas um passo concreto para proteger a saúde metabólica.
No Brasil, a primeira legenda em português desse filme foi feita por mim, justamente para que mais pessoas pudessem ter acesso à mensagem, refletir sobre o próprio consumo de açúcar e tomar decisões mais conscientes no dia a dia.
