A Redescoberta da Verdadeira Nutrição


É comum equiparar uma dieta “à base de plantas” a uma dieta “saudável”.

No entanto, cerca de 70% da alimentação moderna é composta por vegetais e, portanto, por carboidratos — e, apesar disso, nossa saúde coletiva parece seguir em declínio acelerado.

As vacas comem grama.
Os gorilas comem folhas.
Os leões comem antílopes.
E os humanos, hoje, comem carboidratos.

Talvez não seja coincidência o fato de os seres humanos serem os únicos animais com doenças crônicas — além, claro, daqueles que domesticamos e passamos a alimentar como nós. Animais selvagens não ficam obesos, não desenvolvem diabetes, nem sofrem de osteoporose, artrite, alergias, síndrome do intestino irritável, doenças autoimunes, cardíacas ou câncer. Entre humanos e animais domesticados, essas doenças são comuns.

Ao longo de milhões de anos de evolução, tivemos pouca exposição a refeições ricas em carboidratos e nenhuma exposição às dietas extremamente açucaradas de hoje. Ainda assim, continuamos a nos perguntar qual seria o verdadeiro culpado por nossa saúde em espiral descendente.

A verdade é que apenas algumas células do corpo precisam de glicose — como os glóbulos vermelhos e certas células do sistema nervoso central. Essa pequena quantidade pode ser facilmente produzida pelo próprio corpo a partir das proteínas, por meio da gliconeogênese.

Cerca de 80% do sistema nervoso central pode funcionar perfeitamente usando cetonas como fonte de energia. Isso significa que o cérebro realmente precisa de menos de 30 gramas de glicose por dia, quantidade que o corpo produz sem necessidade de carboidratos alimentares.

Ou seja, o macronutriente que o ser humano não precisa consumir é justamente aquele que mais consome.

Se observarmos o que o mundo come, veremos os carboidratos dominando a alimentação global. E, surpreendentemente, apenas quatro alimentostrigo, milho, arroz e açúcar — respondem pela maior parte dessa ingestão.

O corpo humano contém cerca de uma colher de chá de glicose em todo o sangue. Ainda assim, comemos diariamente o equivalente a um carrinho de mão cheio de açúcar. Não existem carboidratos essenciais. Não há necessidade de ingerir açúcar. E, no entanto, é o que mais consumimos.

Um dos maiores problemas com os carboidratos é que eles são viciantes.

Se duvida, tente pedir a alguém para ficar um mês sem eles. Primeiro, virá a negação.

Depois, desejos intensos, sintomas de abstinência e até sinais de dependência física. Logo, essa pessoa começará a buscar “recompensas” em pequenas transgressões — um doce, um pão, um gole de refrigerante — apenas para liberar um breve golpe de dopamina. Quando a recaída acontecer, ela voltará a negar que existe um problema.

Vivemos em culturas dominadas por carboidratos, e são poucas as sociedades que ainda mantêm uma base alimentar centrada em carne. Alimentos ricos em carboidratos ocupam um papel central em nossa cultura, lazer e convivência social. Hoje, comer não é apenas uma necessidade biológica — tornou-se também entretenimento, conforto e prazer imediato.

Por isso, é essencial que cada pessoa defina o que significa uma “dieta carnívora” para si mesma.

Todos deveriam seguir uma dieta carnívora?

Talvez não de forma idêntica, mas a maioria das pessoas se beneficiaria de uma alimentação baseada em nutrição animal, ajustada à sua realidade, preferências e necessidades individuais.

O objetivo não é simplesmente “seguir uma dieta”.

O objetivo é comer de forma saudável e sustentável ao longo da vida.

O verdadeiro sucesso vem de pensar no longo prazo, não em soluções rápidas. E para que uma dieta centrada em carne funcione na rotina de cada pessoa, é necessário adaptá-la aos objetivos pessoais, estilo de vida, preferências e até características genéticas.

A base de uma dieta humana saudável é a nutrição animal — o alimento mais denso, completo e biologicamente apropriado para a espécie humana.

A pergunta certa não é “devo seguir a dieta carnívora?”, mas sim:
“Como posso fazer com que uma alimentação saudável à base de carne funcione na minha vida?”

Ao compreender os princípios e criar sua própria estrutura, é possível adaptar essa abordagem para que ela se encaixe em seus objetivos e na sua realidade.

Encontre o que funciona para você.

Mas lembre-se: a saúde começa quando voltamos a comer o que o corpo humano foi projetado para comer.

*Adaptado de Kevin Stock

Postagem Anterior Próxima Postagem
Rating: 5 Postado por: