Um olhar para trás
Em 1940, nos Estados Unidos, o National Live Stock and Meat Board publicou o manual escolar “Ten Lessons on Meat, for Use in Schools”. O material foi usado em aulas de economia doméstica e ensinava de forma prática como identificar cortes, preparar carnes e entender seu valor nutricional. Para a época, a carne era apresentada como parte fundamental da dieta, associada a força, saciedade e boa nutrição, com destaque para proteínas completas, ferro e vitaminas encontradas principalmente em vísceras como o fígado.
O manual também ensinava técnicas culinárias, como o uso do termômetro para garantir segurança no cozimento, além de orientações sobre conservação e aproveitamento de diferentes partes do animal. A ideia central era clara: a carne era vista como insubstituível para uma alimentação equilibrada.
O contraste com políticas modernas
Décadas depois, surgiram políticas e diretrizes globais que passaram a recomendar a redução drástica ou até a exclusão de alimentos de origem animal, muitas vezes sem base científica sólida e mais ligadas a agendas ideológicas do que a evidências.
Comparando com o material de 1940, percebe-se uma diferença marcante:
- Na década de 1940: a carne era valorizada por fornecer nutrientes difíceis de obter em outros alimentos, como ferro altamente absorvível e proteínas completas. As orientações tinham um tom prático, voltado à saúde e ao bem-estar familiar.
- Em algumas propostas atuais: a carne é frequentemente tratada como vilã, ignorando o risco de deficiências de ferro, vitamina B12, zinco e cálcio quando não há reposição adequada. Além disso, a simplificação excessiva — reduzir tudo a emissões de carbono ou calorias — deixa de lado a nutrição humana real.
Os efeitos de retirar a carne
Pesquisas recentes mostram que dietas excessivamente restritivas em alimentos de origem animal podem trazer consequências sérias, principalmente em crianças, gestantes e idosos, como:
- Anemia por deficiência de ferro, mais comum quando se depende apenas de ferro vegetal.
- Deficiência de vitamina B12, que só é encontrada em alimentos animais e é essencial para o cérebro e o sistema nervoso.
- Déficit de proteína de alta qualidade, importante para o crescimento e manutenção da massa muscular.
- Maior risco de fragilidade óssea, já que cálcio e fósforo são nutrientes abundantes nas carnes, ovos e laticínios.
Enquanto isso, o manual de 1940 reforçava justamente esses pontos: a carne como um pilar da nutrição, garantindo força, vitalidade e crescimento adequado.
Lições para hoje
O contraste entre o passado e o presente mostra como é arriscado criar políticas globais de alimentação sem apoio robusto da ciência. O manual de 1940 pode parecer datado em termos de linguagem, mas revela um princípio ainda válido: alimentação deve ser pensada a partir das necessidades nutricionais reais das pessoas, e não apenas de modelos teóricos ou ideológicos.
O desafio atual é encontrar equilíbrio. Reduzir desperdício, melhorar a produção agrícola e pensar no meio ambiente é essencial. Mas excluir a carne da dieta sem oferecer alternativas seguras e cientificamente comprovadas pode gerar mais problemas de saúde do que soluções.
Fonte: https://amzn.to/4mCiQL5*Íntegra disponível na newsletter
