Cetose e enxaqueca: uma revisão sistemática da literatura e meta-análise


Introdução: As cefaleias são um distúrbio prevalente em todo o mundo, e há evidências convincentes de que certas intervenções dietéticas podem aliviar os ataques. Uma abordagem promissora é a terapia cetogênica, que substitui a fonte de combustível de glicose do cérebro por corpos cetônicos, reduzindo potencialmente a frequência ou a gravidade das dores de cabeça.

Objetivo: Este estudo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura científica sobre o impacto da cetose na enxaqueca, utilizando o método Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA).

Resultados: Após um cuidadoso processo de seleção e avaliação de viés, 10 artigos foram incluídos na revisão, principalmente da Itália. A avaliação do viés indicou que 50% dos artigos selecionados apresentavam baixo risco de viés em todos os domínios, sendo o processo de randomização o domínio mais problemático. Infelizmente, a avaliação da cetose foi inconsistente entre os artigos, com alguns avaliando a cetonúria, alguns avaliando a cetonemia e alguns não avaliando os níveis de cetose. Portanto, nenhuma associação pode ser feita entre o nível de cetose e a prevenção ou redução das crises de enxaqueca. As terapias cetogênicas testadas em tratamentos de enxaqueca incluíram a dieta cetogênica de muito baixa caloria (VLCKD, n = 4), dieta modificada de Atkins (MAD, n = 3), dieta cetogênica clássica (cKDT, n = 2) e a administração de um fonte exógena de beta-hidroxibutirato (BHB). A meta-análise, apesar de relatar alta heterogeneidade, constatou que todas as intervenções tiveram um efeito global significativo (Z = 9,07, p < 0,00001; diferenças de subgrupo, Chi2 = 9,19, dif = 3, p = 0,03; I2, 67,4%), independentemente do tipo de indução endógena ou exógena de cetose.

Conclusão: Os achados iniciais deste estudo sugerem que a terapia cetogênica metabólica pode trazer algum benefício no tratamento da enxaqueca e encorajar mais estudos, especialmente ensaios clínicos randomizados com metodologias apropriadas e padronizadas. A revisão recomenda fortemente o uso da medição adequada dos níveis de cetona durante a terapia cetogênica para monitorar a adesão ao tratamento e melhorar o conhecimento da relação entre corpos cetônicos e eficácia.

Fonte: https://bit.ly/3Nsh7th

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