Evidências vinculam uma alta prevalência de carie à dependência de alimentos vegetais altamente cariogênicos em caçadores-coletores.


Os cientistas descobriram as primeiras evidências de cárie dentária nos restos esqueléticos de caçadores no Marrocos.

O relatório publicado na revista PNAS sugere que os indivíduos com dentes podres estavam consumindo dieta rica em carboidratos, incluindo alimentos vegetais silvestres.

"Apresentamos evidências precoces que vinculam uma alta prevalência de carie à dependência de alimentos vegetais altamente cariogênicos em caçadores-coletores de pleistoceno do norte da África", disseram os pesquisadores no relatório.

A descoberta se opõe às suposições comuns de que altas taxas de cárie dentária são indicativas apenas das sociedades agrícolas.

"A transição da caça e coleta para a produção de alimentos está associada a uma mudança na composição da microbiota oral e coincide amplamente com o tempo estimado de uma expansão demográfica no Streptococcus mutans, um agente causador de cárie dentária humana", acrescentaram os pesquisadores.

Os cientistas encontraram evidências de cárie dentária nos depósitos arqueológicos de Grotte des Pigeons ou nas cavernas Taforalt, no Marrocos. As cavernas foram habitadas extensivamente durante a Idade da Pedra Média e a Idade da Pedra Posterior. Inúmeros enterros humanos nas cavernas representam o cemitério mais antigo conhecido na região.

Os pesquisadores estudaram esqueletos que cobriram um período de 13.700 a 15.000 anos atrás e encontraram evidências de colheita e processamento sistemáticos de plantas silvestres comestíveis, incluindo bolotas e pinhões.

Uma análise oral posterior dos restos revelou uma prevalência "excepcionalmente alta" (51,2%) de infecção dentária nos esqueletos, em comparação com as populações modernas que consomem uma dieta rica em açúcar refinado e cereais processados.

"Nós inferimos que o aumento da dependência de plantas silvestres ricas em carboidratos fermentáveis ​​e mudanças no processamento de alimentos causaram uma mudança precoce em direção a uma microbiota oral associada a doenças nessa população", concluíram os pesquisadores.

Fonte: https://bit.ly/3fX4Pqa

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