Emissões de produção de carne bovina densas em nutrientes são menores que as de frango


Cientistas da Universidade de Bristol propuseram um método alternativo de avaliar as emissões de animais que reflete com mais precisão os benefícios nutricionais da carne bovina.

Eles alegam que a incorporação de uma medida conhecida como Ingestão Dietética Recomendada (IDR) na métrica de emissões veria que a carne bovina se compara mais favoravelmente com outras carnes.

A diferença é enorme, com a produção de carne bovina respondendo por emissões mais baixas do que o frango caipira sob o recálculo.

A medida foi explicada pela consultora ambiental Sarah Jones em um artigo no site da Promar International.

"O foco atual na produção de gado simplifica demais o que é um assunto muito complicado", disse Jones.

Grande parte dos argumentos em torno da pecuária concentra-se no potencial de aquecimento global (GWP) de carne e laticínios, graças à produção de gases de efeito estufa por animais, explicou ela.

Para cada 100 g de carne produzida, o gado de corte cria quase 2 kg de equivalente dióxido de carbono (CO2e) — a unidade padrão para medir as pegadas de carbono.

Quando comparado com o frango intensivamente criado, que produz menos de 0,5 kg de CO2e por 100 g de carne, o gado parece ser muito menos ecológico.

Mas essa medida simplista falha em compreender a produção nutricional alcançada em cada kg de carne em comparação com o CO2e, disse Jones.

Novo trabalho sobre emissões

Ela destacou o trabalho realizado pelo professor especialista em agricultura sustentável da Universidade de Bristol, Michael Lee, apresentado na recente conferência do Sustainable Food Trust.

O professor Lee desenvolveu a nova abordagem para medir GEE na produção de carne bovina, incorporando IDRs.

Na conferência, o professor Lee explicou que as pessoas não comem para consumir quilos de um produto, mas para consumir os nutrientes de que precisam.

O sistema de IDR reconhece esse fato e é responsável pelo alto valor nutricional da carne bovina por kg e sua concentração de vitaminas e minerais vitais, como gorduras ômega-3 e vitamina E.

Isso permite uma melhor comparação com alimentos que têm níveis muito mais baixos de nutrientes por kg, mas na superfície têm uma menor pegada de carbono, disse Jones.

Os cientistas que usam essa métrica revelaram que as emissões de bovinos de corte criados em concentrados são na verdade inferiores a 0,05 kg de CO2e por 1% da IDR.

Isso é apenas uma fração dos 2kg de CO2e por 100g calculados na medição padrão do GWP, disse Jones.

O cálculo do valor nutricional mostrou que as emissões dessas mesmas vacas eram 2,25 vezes menores que as de galinhas caipiras.

Fonte: https://bit.ly/2xBCmVa

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